ENTREVISTA: A Profa. Sônia Viana é entrevistada pela Equipe RADAR


Em 19/08/2011 às 11h05

Esta semana a Equipe RADAR apresenta a Professora Sônia Maria Nunes Viana, Coordenadora do Curso de Enfermagem. Ela é Mestre em Enfermagem (UFMG), Graduada em Enfermagem (PUC Minas), pós-graduada em Formação Profissional em Saúde (Fiocruz), em Docência do Ensino Superior (UnilesteMG) e Administração Hospitalar (São Camilo). Participou em eventos científicos nacionais e internacionais, com apresentação de trabalhos, destacando a Conferência Iberoamericana de la Educación en Enfermería, o Congresso Brasileiro de Enfermagem e o Congresso Brasileiro de Conselhos de Enfermagem. É professora concursada da EEUFMG. Confira abaixo a entrevista:


Equipe RADAR: Professora, gostaríamos de saber mais sobre sua vida profissional: sua formação, experiência, função que exerce na FAMINAS-BH.

Professora Sônia Viana: Sou Enfermeira com 25 anos de experiência na Enfermagem, atuando na área hospitalar; auditoria e consultoria em serviços de saúde. Onze anos de experiência na educação superior, tanto como docente da graduação e da pós-graduação, coordenadora de curso de graduação e de pós-graduação. Atualmente na FAMINAS BH (desde janeiro de 2010) atuando como coordenadora do curso de enfermagem, também como docente do curso. Coordeno também uma pós-graduação de Gestão em Saúde: ênfase em saúde coletiva, saúde da família e saúde do trabalhador.

 

Equipe RADAR: E sobre o curso de Enfermagem? Fale um pouco sobre ele.

Professora Sônia Viana: O Curso de Enfermagem começou suas atividades no primeiro semestre de 2010 com 04 turmas de ingressantes. Atualmente temos 04 turmas concluindo o 1º período e 04 turmas concluindo o 3º período. A proposta curricular é de formar enfermeiros aptos a atuar pautados nas políticas públicas de saúde, em consonância com os princípios e diretrizes do SUS – Sistema Único de Saúde.  O curso é ofertado em 10 semestres letivos, com carga horária de 4002 horas atendendo às determinações das Diretrizes Curriculares Nacionais para formação de enfermeiros, documento do MEC – Ministério da Educação que norteia à formação de enfermeiros no Brasil. A estrutura curricular pauta-se pela apropriação nos primeiros semestres de conteúdos das ciências biológicas e da saúde, apoiados pelas disciplinas das ciências humanas. A partir do 3º período inicia-se a abordagem dos conteúdos da área da enfermagem, tanto na vertente da fundamentação, quanto da assistência, da gerência e da educação em enfermagem. O aluno perpassa pelo aprendizado de compreender o ser humano biopsicossocial, o processo de saúde, o processo de adoecimento e o cuidado que o mesmo necessita no seu ciclo de vida (criança, adulto e idoso). O estágio, com um total de 810 horas acontece a partir do 9º período e é nele que o acadêmico terá a oportunidade de interagir com os serviços de saúde, tanto na atenção primária a saúde quanto na secundária e na terciária. Atuará acompanhado por preceptores em Unidades Básicas de Saúde - UBS, no Programa de Saúde da Família - PSF, em Unidades de Pronto Atendimento – UPA, instituições asilares, hospitais, entre outros. Para a conclusão do curso além do estágio se faz necessário a elaboração de um TCC – Trabalho de Conclusão de Curso, que é uma contribuição científica que o acadêmico deixará para a sociedade que posteriormente o reconhecerá como profissional.

 

Equipe RADAR: Qual o perfil do profissional de enfermagem e qual a sua área de atuação no mercado?

Professora Sônia Viana: O perfil esperado atualmente é de um profissional generalista, com capacidade de apreender e, consequentemente, utilizar de conhecimentos para alterar o processo de saúde de maneira positiva na sociedade em que se encontra inserido, deverá ter habilidades e competências que permitam ao mesmo atitudes reflexivas, coerentes com o cenário da saúde. Poderá atuar em unidades de serviço como clínicas, hospitais, UPAS, UBS, PSF, SAMU, assim como consultores e assessores em saúde e em enfermagem. Ressalta-se que o maior foco da atuação do enfermeiro na atualidade é a promoção da saúde e a prevenção de agravos.

 

Equipe RADAR: Quais as perspectivas para o profissional de enfermagem hoje e como se encontra o mercado de trabalho para esta área?

Professora Sônia Viana: O mercado encontra-se muito competitivo, pois ocorreu ao longo da primeira década do século XXI uma expansão significativa da educação superior. Cabe salientar que esta não é uma prerrogativa da enfermagem, pois esta expansão ocorreu em todos os setores. O que vai fazer a diferença, com certeza é a qualidade da formação que estes novos profissionais precisarão ter: além de uma sólida formação acadêmica, terão que ter competência para trabalhar em equipe, para liderar, para fazer das dificuldades, oportunidades. É preciso ressaltar também as competências tecnológicas, que permitem transformar dados e informações em ações. A formação complementar com atividades de extensão, o TIS – Trabalho Interdisciplinar Supervisionado tem este intuito, desenvolver outras características neste futuro profissional.

 

Equipe RADAR: Qual a importância dos estágios e cursos extracurriculares para a formação do profissional de enfermagem?

Professora Sônia Viana: A formação complementar, como já citado anteriormente, seja através de estágios extracurriculares (que hoje é uma grande vitrine de futuros profissionais), de atividades de extensão, assim como participação de eventos científicos, culturais e artísticas possibilita uma formação mais consistente e de acordo com as expectativas do mercado.

 

Equipe RADAR: Qual a diferença entre o profissional de enfermagem e o técnico de enfermagem, em relação às atividades exercidas e às remunerações?

Professora Sônia Viana: O exercício da enfermagem pressupõe atualmente 03 categorias: auxiliar de enfermagem (que desde 1986 vem num processo de redução de profissionais até a sua extinção), os técnicos de enfermagem, profissionais que para atuarem precisam da supervisão de um enfermeiro, e do enfermeiro propriamente dito, que executam além da supervisão dos demais profissionais procedimentos mais complexos. Esta definição está alicerçada na Lei do Exercício Profissional (7498/86). Não acredito que é comparando o salário de uma categoria com a outra que podemos fazer qualquer reflexão, mas sim fazendo uma pergunta simples: quanto um enfermeiro efetivamente ganha se comparado com as funções que lhe são conferidas? Mas o mais importante até onde esta remuneração pode chegar e quanto ela reflete do profissional que se encontra inserido na função? Para ser mais objetivo: quanto ganha um enfermeiro na atualidade e quanto o mesmo alcançaria em termos salariais num mercado tão competitivo. Este acredita ser um tema para outra entrevista e para muitas reflexões.

 

Equipe RADAR: Existe algum projeto na faculdade que visa o atendimento da comunidade e até mesmo ao público interno da FAMINAS-BH por meio dos alunos de Enfermagem, a fim de que os mesmos exerçam na prática o que aprendem na teoria?

Professora Sônia Viana: Sim e não. Sim, pois temos feito algumas atividades junto à comunidade (asilos, escolas, creches, etc) inclusive com a arrecadação de produtos de higiene pessoal, fraldas, etc). Elas têm acontecido semestralmente seja como atividade prática vinculada ao TIS seja vinculada a disciplinas ou como ações extensionistas. Quando falo não é dentro da reflexão de um serviço interno, como é, por exemplo, o laboratório de práticas jurídicas que oferte atividades de promoção de maneira sistematizada. Esta ideia para ser efetivada precisa de parcerias com a rede pública de atenção a saúde, o que ainda não foi estruturado.

 

Equipe RADAR: Como coordenadora do curso de enfermagem, que sugestão você dá aos alunos da FAMINAS-BH para agregar valor ao currículo, visando conquistar seu espaço profissional?

Professora Sônia Viana: Primeiro é preciso muito estudo, eu brinco com eles e falo um pouco de inspiração e muita transpiração. Depois estar sempre atualizado com o que está acontecendo na saúde da região, do município, do estado e do país. Isso se conquista com acesso as várias mídias existentes hoje. Leitura e interpretação de texto, não sob a ótica do português, mas numa perspectiva de compreender e sintetizar o tanto de informação disponível na atualidade. Ser observador: das tendências, das redes (de informação, de relacionamento, de trabalho), dos cenários, dos eventos sejam eles científicos, culturais, artísticos; e ser também partícipantes das ações sociais, das ações científicas, das comunidades com que convive. Ou seja, é preciso crescer junto com sua formação acadêmica.

 

E-mail de contato da Professora Sônia Maria Nunes Viana: [email protected]


Acesse o Currículo Lattes dessa professora: PROFESSORA SÔNIA MARIA NUNES VIANA




Essa entrevista foi realizada pela Equipe RADAR: Cristina Moreira, Sabrina Martins e Débora Costa.

 

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