Professor Rodrigo Almeida Soares é entrevistado pela Equipe RADAR

O Professor Rodrigo Almeida Soares é Coordenador do Curso de Sistemas de Informação. Ele Possui graduação em Engenharia Eletrônica e de Telecomunicação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2001), especialização Lato Sensu em Informática na Educação pela Universidade Federal de Lavras (2003) e Mestrado em Educação Tecnológica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (2008). Atualmente, além de Coordenador do Curso de Sistemas de Informação, ele é Coordenador do Núcleo de Educação a Distancia e professor adjunto da Faculdade de Minas - FAMINAS-BH, professor titular da Faculdade Novo Rumo e Pesquisador Institucional. Lecionou no ensino fundamental e médio durante 5 anos e leciona no ensino superior há 7 anos. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Tecnologia Educacional, atuando principalmente com os seguintes temas: informática na educação, inclusão digital, ambientes virtuais de aprendizagem, gestão educacional, capacitação de professores, administração de sistemas de informação, técnicas de ensino e educação a distância. Para conhecer mais sobre o Professor Rodrigo Almeida Soares, veja a entrevista que ele concedeu à Equipe RADAR:

Equipe RADAR: Informações sobre a função que exerce na faculdade.

Prof. Rodrigo Soares: Como coordenador do curso de Sistemas de Informação, sou uma ponte entre os alunos, professor, instituição e mantenedores. Intermediando as demandas dessas partes, visando buscar a melhoria do processo de ensino e aprendizagem dos alunos, esse é o foco.

Equipe RADAR: Gostaríamos de saber mais informações sobre o curso de Sistemas de Informação: natureza das disciplinas abordadas; período de duração média; grade curricular; necessidade de estágio; se há exigência de trabalho de conclusão de curso.

Prof. Rodrigo Soares: O curso tem 60% das disciplinas voltadas para Tecnologia da Informação, Banco de Dados, Análise de Projetos de Sistemas voltados para Web, Linguagem de Programação e Rede. Os outros 40% são voltados para Administração (Teoria das Organizações, OSM, Empreendedorismo). Esse é o perfil do curso de Sistemas da Informação da FAMINAS-BH, um analista de sistemas com capacidade gerencial, com duração de quatro anos. Existe ainda a disciplina de estágio supervisionado, onde o aluno é orientado por mim. Só eu oriento essa disciplina nos dois turnos. Faço questão, porque vejo o relatório de estágio como uma carta de promoção do aluno.  Existe um modelo padrão desse relatório, desenvolvido para os alunos acompanharem e finalizarem ao final da disciplina. Deve-se cumprir uma carga horária de trinta e quatro horas numa disciplina em sala de aula com o professor orientador e duzentas horas na empresa fazendo estágio. Esse estágio não tem banca, quem faz avaliação é o próprio orientador do aluno. Outro trabalho é o TCC (monografia), com apresentação oral para banca avaliadora. A banca é composta por no mínimo três professores, sendo, o professor orientador e mais dois convidados, de acordo como tema escolhido pelo aluno. O papel da banca é avaliar os trabalhos e promover as melhorias.

Equipe RADAR: Qual a diferença de um curso de Sistemas de Informação para um curso de Ciência da Computação?

Prof. Rodrigo Soares: O curso de Sistemas de Informação é uma atualização do curso de Ciência da Computação. A diferença de um curso para o outro, é que a Ciência da Computação é um curso mais técnico que envolve mais Hardware, Software, programação e desenvolvimento, o aluno sai deste curso sem a capacidade de gerir e é justamente o que falta. Antes, o curso de Ciência da Computação era concluído com cinco anos de graduação, agora com o curso de Sistemas da Informação, houve um condensamento das disciplinas e o aluno em quatro anos será um profissional que vê a Tecnologia da Informação, as aplicações, as perspectivas e dá conta de gerir.

Equipe RADAR: Quais as habilidades profissionais e pessoais exigidas atualmente do bacharel em Sistemas de Informação? 

Prof. Rodrigo Soares: O profissional tem que saber trabalhar em equipe; gerir processos; sendo um gestor para também gerir uma equipe, pois hoje em dia não se faz nada sozinho; ter visão de futuro, principalmente por se tratar de TI, que possui uma evolução muito rápida; estar sempre disposto a encarar novos desafios; estudar muito; se atualizar; estar sempre se certificando, pois as certificações contam muito para o profissional de TI e ser altamente pró-ativo.

Equipe RADAR: A remuneração na área de informática é justa? A quantidade de profissionais não graduados prejudica uma melhor remuneração?

Prof. Rodrigo Soares: A remuneração depende do profissional, existem salários de R$ 800,00 a R$ 30.000,00 reais, depende da qualificação do profissional. Um exemplo é quando o profissional domina a técnica mais não tem língua inglesa, com isso ele perde várias oportunidades de trabalho.

Equipe RADAR: Existe um projeto de lei que tramita no senado, de autoria do senador Demóstenes Torres, que propõe a regulamentação da profissão, onde Técnicos de Informática podem exercer a profissão mediante curso técnico em nível de 2º grau e Analista de Sistemas, somente com nível superior. Você concorda com este projeto? Justifique.

Prof. Rodrigo Soares: Em minha opinião, já passou da hora de regulamentar a profissão. Porém, quem vai determinar isso é o mercado, pois o profissional precisa ter a qualificação necessária para o cargo, se ele não tiver, ele não consegue assumir responsabilidades. Se ele não possuir uma graduação, só conseguirá fazer o básico da profissão, nunca vai conseguir assumir um projeto de relevância, por exemplo, um projeto de gestão corporativa de integração com outras entidades, pois ele não tem o conhecimento para isso. Ou seja, não é uma lei que vai determinar isso e sim a qualificação do profissional. Agora se a empresa achar que o técnico tem condições de assumir um cargo para um bacharel, ela assume as consequências.

Equipe RADAR: Que iniciativas o aluno da TI pode tomar para enriquecer seu currículo? E o que a faculdade oferece dentro deste contexto.

Prof. Rodrigo Soares: Primeiramente, o aluno deve estar consciente de que é uma área extremamente dinâmica e ele terá que se atualizar sempre. A instituição promove seminários, cursos de extensão, aperfeiçoamento e visitas técnicas. É muito importante que os alunos vejam a importância de todas essas atividades para enriquecimento profissional. Como coordenador de curso, oriento os professores a repassarem aos alunos a multidisciplinaridade das atividades.

Equipe RADAR: Atualmente fala-se muito na falta de profissionais desta área, o que leva algumas empresas a buscarem fora do Brasil estes profissionais, ao que você atribui essa carência profissional no Brasil?    

Prof. Rodrigo Soares: Atribui-se à falta de qualificação dos profissionais, falta de acesso das empresas a essas pessoas e ao fato de que trazer pessoas de fora é muito mais barato e traz vantagens para as empresas, já que os profissionais de fora, trazem consigo uma bagagem muitas vezes melhor que a nossa. Acho que o governo deveria fazer uma reserva de mercado para não deixar esses profissionais de fora entrarem no Brasil, além de melhorar as instituições e as formas de acesso das pessoas às boas instituições.

Equipe RADAR: Qual o papel do coordenador junto ao aluno, e em caso de dúvidas ou sugestões como o aluno pode entrar em contato com a coordenação?

Prof. Rodrigo Soares: O papel do coordenador é fazer a integração entre aluno, instituição e professor. O contato entre os alunos e o coordenador acontece quase que exclusivamente através dos representantes de turma, mais nada impede que os alunos procurem diretamente o coordenador. Esse contato pode ser feito através de e-mail, onde o coordenador direciona o assunto para os responsáveis. Porém, deve-se ressaltar, que a atuação do representante de turma é muito importante, eles são legítimos dentro da instituição, existe uma ata para eleição, eles participam de reuniões de colegiado, comissão de formatura e tem força para representar os alunos perante o corpo discente.

Equipe RADAR: Com relação à Empresa Júnior, você vê possibilidades de que esse projeto seja retomado na FAMINAS-BH? De que forma você entende que o mesmo poderia contribuir para o desenvolvimento profissional dos alunos do curso de Sistemas de Informação em parceria com os demais cursos da instituição.

Prof. Rodrigo Soares: Com certeza esse projeto será retomado e principalmente na área de Sistemas de Informação. A Empresa Junior já contribuiu e vai continuar contribuindo sempre, já que essa integração é muito importante.

Essa entrevista foi realizada pela Equipe RADAR: Cristina Moreira, Sabrina Martins e Débora Costa.